Não há mudança na política fiscal, diz Mantega
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu nesta quarta-feira a política fiscal anticíclica do governo e negou que ela contribua para pressionar a inflação.
Na avaliação de Mantega, a pressão no aumento de preços é localizada no setor de alimentos e não tem origem no excesso de demanda gerado por uma política fiscal expansionista. Segundo ele, os preços de alimentos já estão cedendo e isso independe de qualquer ação do governo.
Temos uma política fiscal anticíclica e isso não é inflacionário. As fontes de inflação estão muito bem localizadas. O governo não tem feito política expansionista do ponto de vista da inflação, afirmou o ministro durante apresentação da reprogramação orçamentária no ano.
Segundo Mantega, o governo está controlando despesas de custeio. Na apresentação aos jornalistas, o ministro citou os gastos da Previdência, de pessoal e com juros que estão em queda ou estabilidade. Segundo ele, os gastos do governo estão direcionados a investimentos, o que se justifica pelo momento de baixo crescimento econômico.
Ontem, durante apresentação na Câmara dos Deputados, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a política fiscal do governo é expansionista.
Previsões
Hoje, o governo divulgou sua programação orçamentária para 2013 e anunciou que bloqueará um total de R$ 28 bilhões em despesas do Orçamento para este ano.
O abatimento da meta de superávit primário será de R$ 45 bilhões, embora o abatimento total permitido seja de R$ 65,2 bilhões.
Os parâmetros do Orçamento seguiram os mesmos: crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,5% e inflação medida pelo IPCA de 5,2% neste ano.
A programação ainda traz estimativa de crescimento de 6% na formação bruta de capital fixo (investimentos) em 2013, ante queda de 4% em 2012, e projeta que o investimento federal aumentará 15%, para R$ 68,4 bilhões.
Na programação orçamentária, o governo prevê, ainda, uma receita total de R$ 1,185 trilhão em 2013, um valor R$ 67,8 bilhões menor que o de R$ 1,253 bilhões descrito na lei de diretrizes orçamentárias (LOA) de 2013.
Reportagem publicada na edição de hoje do Valor diz que a equipe econômica do governo chegou a discutir um corte de R$ 35 bilhões no Orçamento deste ano, mas a proposta foi derrotada pela necessidade de estimular o crescimento, ainda mais lento que o esperado, e a decisão de implementar uma política fiscal anticíclica.
No ano passado, para garantir o cumprimento da meta de superávit primário, o governo cortou R$ 55 bilhões do Orçamento de 2012.
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.